terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Comrades 2011

Drumont num verso disse:
“Eu sei que o esporte é assim mesmo:Um dia a gente ganha , outro dia a gente perde.Mas porque é que quando a gente ganha, ninguém se lembra que o esporte é assim mesmo”
Eu sou apaixonada por esportes qualquer um deles, porque o esporte nos leva para um mundo onde experimentamos várias emoções , um mundo onde sempre ganhamos , mesmo quando perdemos, quando ganhamos sentimos a sensação de ser único , o melhor naquele momento, quando perdemos aprendemos com o gosto amargo da derrota a ter um olhar mais atento ao nosso corpo, ao nosso movimento interior e refletimos e nessa reflexão tomamos consciência que nosso papel é prosseguir e tentar novamente consertar o que erramos.Hoje quando larguei para tentar concluir minha 4 Comrades Marathon eu estava sim um pouco aprensiva , com receio de ter novamente aquela distenção no peitoral , mais também estava consciente que durante meus treinos eu prestei mais atenção nos meus movimentos , tentando correr da forma mais natural possível, deixando as mãos soltas ao vento.Parece que foi ontem que estava falando sobre as dificuldades que senti na prova passada, mais nada como um dia ou um ano para outro.Daquela dificuldade eu acabei me lembrando das aulas de educação física Na aula de educação física buscava superar o cansaço e a falta de resistência.O professor pedia para dar algumas voltas pelo colégio não me agüentava , mais ia.Sempre fui quando não me agüentava.A verdade é que sempre sou quando não me suporto.Se dizem que não precisa fazer , eu faço.Na corrida condeno-me a ultrapassar as dificuldades além dos kms.Nunca respeitei meus limites:como reconhecê-los, se não morrer por eles?Bem já passei o km 30 e estou sem aquela dor horrível do ano passado ótimo penso na música do Roberto Carlos “Eu vou subir as montanhas e do alto agradecer obrigado Senhor por mais uma Comrades .Conciliar escola, trabalho e contas não é fácil eu fui esquecendo aquela sensação de liberdade que a corrida me propiciava.Eis que se passaram 18 anos ter perdido as pessoas que mais me amaram nessa vida para eu poder voltar no tempo de minha infância quando ainda eu corria ás vezes descalço ou as vezes de conga porque ainda não existia no meu pequeno mundo todos esses tênis que temos hoje, mais digo não foi fácil durante os 10km no qual completei em 1h10 senti todas as sensações que se possa sentir medo, euforia, enjôo, cansaço, calor, frio somente para no final sentir o que deixei ocultado por mais de 18 anos foi mágico as lembranças do passado se misturando com as do presente.Desde desse momento já se passaram 7 anos teve dias que pensei em desistir, que chorei porque o meu corpo é tão ingrato comigo eu não nasci para ser medíocre eu quero sempre ultrapassar as barreiras não mais aquelas dos 400mts de quando fazia pista mais ultrapassar as barreiras da desmotivação, da descriminação e principalmente as que a genética não me beneficiou então cada dia é um novo recomeçar,cada km que corro representa uma vitória eu não nasci para correr meu corpo não é uma máquina de correr mais minha cabeça e minha alma é.Quando digo que o esporte (a corrida) me salvou é porque todas as manhãs quando me levanto Deus esta ali tentando me fazer uma pessoa melhor, eu sou cheia de defeitos e a corrida esta amenizando os.Assim vou me tornando uma pessoa especial porque nesse longo percurso encontrei pessoas especiais, treinadores exigentes e amigos , conheci dezenas de corredores que como eu procuram superar seus limites, as diversas mães que ganhei, as palavras de carinho que recebo quando vou competir;E hoje fazendo a minha 4 Comrades durante o percurso eu revivi de como foi difícil de chegar aqui não pelo treinamento em si mais por causa dos percalços da vida, mais também como é maravilhoso estar subindo essas montanhas milhões de pessoas no mundo não sentirão isso, o vento batendo no rosto, o sol que ás vezes queima, essa alegria que me invade a minha alma.Daí sim sou especial porque para estar aqui eu tive os treinos inteligentes do Mestre Ronaldo Martinelli, o carinho e cuidado do professor Zellão, a preocupação extrema do Laurinho que sempre estava ali no apoio para ofecerer uma água, um pão com geléia o conhecimento aprofundado do Darlan Marçal mostrando que uma ultramaratona não é fácil e que nem todos por mais que tenham alimentação , treino, descanso correto conseguem completa-lá .Estar aqui não é apenas mérito meu existe toda uma cadeia de profissionais tentando fazer o melhor correr longas distâncias requer cuidados como alimentação correta que ficou por conta do nutricionista Rafael Moraes, exames médicos, musculação.

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